segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O tempo sempre disfarça.


Esse ano não havia escrito nada sobre você. Mas é que cada vez mais está ficando difícil escrever sobre você, sobre o seu jeito de me tratar, de rir, de falar comigo, de me dar carinho, mesmo que seja pelo telefone, a milhões de quilômetros de mim. Até pra escrever aquela carta que eu havia lhe prometido foi difícil, porque passei três dias pensando, escrevendo, errando palavras, amassando papéis e fazendo tudo de novo.
Esse ano ainda não havíamos nos encontrado, porque parece que "algo" está estendendo isso a meses e meses e meses. Mas olha que bonito, mesmo eu não olhando pra você, mesmo não fazendo carinho no seu rosto e nem sequer saber como é o seu abraço, isso não me impede de sentir um carinho descomunal por você. Ok, não me impede, mas me incomoda. Incomoda no sentido de eu ter uma vontade enorme de beijar você, de te levar pra cama e fazer tudo o que tenho em mente e não poder.
E as vezes, à noite, quando termino de orar e deito a minha cabeça no travesseiro, eu penso em tanta coisa com você, que as vezes penso que vou ficar desvairado. Confesso até que tenho vontade de me flagelar por pensar em tanta sacanagem, mas depois, lá pra duas e quinze da manhã, eu já estou tão cansado mesmo, que durmo. E antes de pegar no sono, eu peço a Deus que me dê uma boa noite de sono e que só sonhe com coisas boas. E na manhã seguinte eu acordo super feliz, aos pulos, porque sonhei com você. Se isso não é amor, eu já não sei o que é.

Saber que, o que vou escrever aqui virá ao seu conhecimento, me faz me setir muito ridículo, mas na semana passada, eu recebi uma mensagem de texto da promoção da Claro, e eu corri feito um louco pela casa procurando o meu celular e, depois que lí, me senti um adolescente fútil e idiota, achando que a mensagem era sua.
Quando eu não estou em paz comigo mesmo, ou quando estou mesmo é me sentindo carente, eu seguro o meu celular com força e leio cada sms que você me enviou e passou minutos e minutos as lendo. Tem certas vezes que chego a discar o seu número e quase ligar pra você, só pra dar um "oi" ou simplesmente pra ouvir a sua respiração. Isso me basta, sabe? Isso me dá esperanças e só de imaginar que vou ouvir a sua voz que chega a ser mais doce que os morangos da Dona Rosa, me deixa com um calafrio interno imenso.
Mas depois penso bem, apago o número e desisto de te ligar, porque tenho medo de você me achar tão bobo e desligar na minha cara. Agora mesmo você deve estar lendo esse texto e me achando um tolo, um bobo. E é como diz uma escritora que gosto muito, "Ás vezes você é tão bobo e me faz sentir tão boba,que eu tenho pena de como o mundo era bobo antes da gente se conhecer.".
Se eu pudesse dublar a sua vida, trocaria de alma com você só pra cuidar do seu corpo, te proteger, te poupar das dores e depois devolver com tudo no lugar. Mas como não posso, eu passo acreditando todos os dias que você vai ficar sempre bem e que no final a gente vai estar tão bem um com outro, que só assim vamos nos ver. Só quero que você me perdoe por eu querer de uma forma tão intensa tocar em você, que te maltrato, mas olha, não é por mal.
Eu estou escrevendo sobre você aqui, porque não acho justo eu já ter escrito dos meus antigos amores, lances e relances e não ter uma história tão bonita sobre você escrita aqui.

Se você, ainda acreditar, na gente, em tudo oque fomos, em tudo oque seremos e você não desistir de mim, eu prometo um dia cantar e tocar no violão, ao vivo e à cores, as nossas músicas. E não importa aonde, como e quando eu vou estar com outras pessoas, a única coisa que realmente me importa, é que sei que no final, eu vou estar com você.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

CFA.

Eu sinto ciúme quando alguém te abraça, porque por um segundo essa pessoa está segurando o meu mundo inteiro ." Não posso esperar. Tenho tudo pronto dentro de mim e uma alma que só sabe viver presentes. ... Mas venha. Quero dividir meus erros, loucuras, beijos, chocolates… Apague minhas interrogações.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Noites traiçoeiras.

Por razões que desconheço, nossas aproximações foram sempre pela metade. Interrompidas. Um passo para a frente e cem para trás. Retrocessos. Descaminhos. À distância, permaneço te contemplando. E me pergunto se, quem sabe um dia, na hora certa, nosso encontro pode acontecer inteiro. Aos caminhos, eu entrego o nosso encontro.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Eu te amo.

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.

(Chico Buarque)

sábado, 8 de janeiro de 2011

Eu preciso saber.

A recaída de amor acontece como num daqueles pesadelos que se está caindo. De repente você acorda sentado na cama: Meu Deus, eu preciso saber! Mas se eu já estava tão bem há semanas. Volte a dormir, volte a dormir. Você já tinha decidido lembra? Nada a ver com você, chato, bobo, não deu certo. Mas eu preciso saber. Não, não precisa. Pra quê? Vai te machucar. Não! Eu preciso saber. Então levanto da cama.
Facebook, a desgraça em formato de parquinho virtual. Nome dele, aparece a foto azulada e ele de perfil. É tão bonito. Mas não há mais nada que eu possa ver.

Mas isso não vai ficar assim. Eu preciso saber. Eu preciso. Então vejo que ele não posta nada há cinco semanas. Fotos, fotos. A única foto nova é o flyer de uma festa que eu fui e ele não estava. Nada.
Jogo o nome dele no Google. Como é lindo. Tento o Twitter mas ele só escreve piada de político. Tento o Facebook, Twitter e blogs de amigos. Está ficando tarde. Se eu tivesse essa mesma concentração e minuciosidade e empenho e energia para o trabalho estaria rico. Estou retesadamente motivada e atenta. Mas não consegui nenhuma informação e eu ainda preciso saber.
São seis da manhã. Estou cansada. Coloco a música de quando você forçou a porta do quarto e entrou. Black Swan. Não sou boa de inglês como você, mas sei que é a história de algo que já começou fodido porque cresceu demais antes da hora, você que pegue um trem e suma daqui. Que bela música pra começar. Ok, agora estou chorando.

Lembrei que eu me sentia tão viva com você me olhando bem sério e bem no fundo dos olhos e machucando meu braço. Sim, é definitivamente uma recaída e eu acabo de decidir que te amo mais que tudo no universo e que amanhã, ou hoje, porque já são sete e meia da manhã, vou resolver isso. Agora preciso dormir só um pouquinho.
Volto pra cama. Coração disparado. Não tem posição na cama. O que eu faço? Não tô a fim de ler, não tô a fim de ver TV. Aquelas outras coisas que se faz pra acalmar tô com preguiça agora, minha imaginação está indo toda para traçar um plano para que eu descubra. Descubra o quê? Não sei, mas sei que algo está acontecendo, ou eu não estaria assim. Porque eu sinto quando ele está com alguém, sabe? Eu sinto.
Chega, chega. Preciso me acalmar. Pra que isso? Se ele estiver com alguém agora, e daí? (...) Chega. Adulta, adulta.

Sinto tanto amor dentro de mim que posso explodir e bolhas de corações vermelhas atingiriam o Japão. Quase não consigo respirar. Chega, chega. Ligo pra ele. Ele não atende. Ligo de novo. Ele atende falando baixinho. Você está com alguém? Estou. Desligamos. Pronto, agora eu já sei. Depois de um final de semana inteiro de palpitacões, descargas de adrenalina, músicas, textos, amigos, danças, gritos, sensações, assuntos, choros, dores, vida. Agora eu já sei.
O que eu nunca vou saber é porque faço tudo isso comigo só porque tenho tanto pavor do tédio. Era só isso o que eu precisava saber.

(Tati Bernardi)