quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Página virada.

A gente passa tanto tempo saindo de um buraco e caindo em outro, que acabamos desacreditando no amor, na vida e na possível chance de ser feliz, de fazer, alguém feliz. Mas olha, e tão bonito tentar, a gente aprende tanto com as pessoas, com a vida.
É mais feliz sair do relacionamento com a cabeça erguida sabendo que sim, não deu certo, mas aprendi muito, do que sair dele com a cabeca abaixada, se sentindo um derrotado e não ter percebido as coisas lindas e maravilhosas que voce aprendeu e tirou proveito.
A vida e um livro, cada etapa da sua vida e um capitulo que, querendo ou não, voce vai ter que virar a página e começar um novo capitulo e a aprender coisas novas.
Amar, pra mim, com certeza so pra quem pode. Mas eu vou tentando né? Vai que um dia eu acerto e me dou bem? Esse ano a vida sorriu o tempo todo pra mim. E oque eu fiz pra ela? Simples, amei ela. Eu dancei, pulei, brinquei, corri, ri, chorei, abraçei, ajudei, estudei, cuidei da minha saúde, fiz o bem sem pensar a quem. Enfim, fui feliz. E não tem presente ou recompensa melhor do que virar uma página, com boas expectativas.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Romântico pra cacete.


Eu vou continuar vendo você em todos esses crápulas que fingem ser você para vulgarizar o meu amor. Eu vou continuar cheirando você em todos esses suores fugazes que me querem num conto pequeno. Eu vou continuar lendo a nossa história em contos pequenos. Cadê você que some a cada som que não me procura? Cadê você que parece ser e nunca é porque desaparece no cansaço das relações?
O meu amor acaba por todos, a minha espera cansa por todos, a minha raiva ameniza por todos. Mas a minha fé por você cresce a cada dia.
Eu posso transar no primeiro encontro, eu posso transar por transar. Eu posso trepar. Eu posso te encontrar num flat na hora do almoço para uma rapidinha. Eu posso reclinar o banco do meu carro e mandar ver. Eu posso deixar você não me beijar na boca. Eu posso aceitar que você nunca me leve de mãos dadas a um cinema. Eu posso ser uma noite e nada demais. Eu posso ser um banheiro e nada mais. Eu posso ser nada mais.
Mas eu nunca, em nenhum momento, deixo de romantizar a vida, cada segundo, por mais podre que seja, dela. Eu nunca deixo de procurar você. Eu nunca deixo de acreditar que você exista, e eu nunca deixo de acreditar que você faz o mesmo a minha espera.

Últimos segundos.

Não deixe quebrar, não deixe romper, não deixe virar grafite envelhecido e esquecido como qualquer contrato sem alma. Corra e cole os pedaços, corra e segure meus pés no chão porque eu estou quase voando, ou me faça voar novamente com você. Por favor, não espere o sanduíche ou a festa do ano, e a minha cara assustada perdida na sua ausência.
Venha logo, traga de volta a minha certeza, não deixe, por favor, não deixe. Traga um agasalho para esquentar a minha falta de amor e ganhe em troca um ingresso para a minha fidelidade.
Não espere o horário do trânsito livre, não espere ouvir o que você não quer, não espere a vida dar merda para colocar a culpa na vida.
Eu ainda estou aqui por você, limpo, ileso, seu. Mas cada milímetro do meu corpo me implora por vida, por magia, por encantamento. Por favor, me roube, não deixe, não esqueça do nosso pacto em não ser mais um daqueles casais que não conversam no restaurante e reparam tristes nos outros.
Outro dia ouvi a música do Closer e lembrei o tanto que eu te amava, o tanto que ainda te amo, mas havia esquecido. Eu lembrei que enxergar sem pretensões você dormindo, com o seu ombro caído pra frente fazendo bochechas de criança na sua cara feliz, é a visão do paraíso pra mim.
Eu preciso de força, eu preciso de ajuda, eu preciso que você me lembre de que eu não preciso de mais nada, que mais nada é tão perfeito e que podemos ser um casal imbatível. Mas se ainda existir dentro de você alguma esperança, eu preciso demais que você me abrace e me faça sentir aquilo novamente. É fácil, basta você querer, eu ainda quero tanto.
Venha agora, não espere o músculo, a piada, o botão, o calo, a saudade, o arrependimento, o vazio. Eu preciso sentir que você ainda sente, eu preciso que o seu coração dê um choque no meu, eu preciso saber que seu peito ainda aperta um pouco quando eu vou embora e se espalha como borboletas nas veias quando eu chego. Eu ainda preciso que você me ache bonito, se surpreenda, me comemore e esqueça um pouco de todo o resto pra se encantar sem medo do tempo.
Não me tire a razão, não me tire a honra, não me faça estragar tudo só para sentir o vento na cara de novo e a música alta. Berre e assopre em mim enquanto é tempo.
Eu ainda quero viver para você. Venha agora, ganhe a corrida, passe todo o resto pra trás, é você quem eu continuo eternamente esperando na linha final.
(Tati Bernardi)

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Texto que está marcando o meu momento. Meus textos publicados nos últimos dias expressam exatamente oque anda acontecendo. Beijos, boa semana pra geral e paz no Rio.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Silêncio.

E foi por isso que eu preferi ir pra sua casa, deitar no seu colo e ouvir você dizer qualquer coisa pra mim. Mesmo que seje pra ouvir da balada de sábado, do garoto de domingo, do seu tênis novo, do seu amigo que pegou todas e depois se embebedou no show, de como andam as coisas na sua faculdade, da sua mania de cantar espanhol no chuveiro, da sua mania de plantar espinafres, amoras e abóboras no FarmVille, de ouvir a mesma música e sem querer lembrar de ex-namorados, e até mesmo ouvir, de como era a sua vida com seu ex antes de me conhecer.
E eu vou rir e dizer as mesmas coisas que a Tati disse no "O Contrato". (...) “bonito carro, boa balada, boa idéia, bonita cor, bonito sapato”. E eu vou continuar sendo só daqui pra fora."
Ouvir tudo isso machuca, mas eu prefiro mil vezes ouvir tudo isso de você do que passar uma, duas e até três semanas sem você dizer absolutamente nada para mim.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Mas quando, de vez em quando, o seu ninguém colocar ali, meio sem querer, a mão no meu joelho, só para me enganar que você é meu dono. Só para enganar o cara da mesa ao lado que você é meu dono. Eu vou deixar. Vai que um dia você acredita.
E você me olha com essa carinha banal de "me espera só mais um pouquinho". Querendo me congelar enquanto você confere pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma mulher melhor do que eu. E sempre volta. Esse é o maior problema dos desejos, eles não aceitam não como resposta. Você só coloca um ponto final nele se for até o fim.
(Tati Bernardi)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Meu amigo, seu Zé.

Sabe seu Zé, sabe aquela menina que eu contei pro senhor naquele sábado? Então, decidi ficar ausente da vida dela por um mês ou o tempo que a saudade permitisse. Decidi não pegar mais o celular e ligar para ela, porque se eu ligar, ela vai perceber pelo meu jeito de falar que estou com vontade de dizer que a amo, mas não quero que ela perceba isso, sabe..
Ah, cedo pra dizer isso? Não, não seu Zé, tenho certeza do que eu sinto. Não digo eu te amo a toa, isso é sério e muita gente brinca com isso. E outra, decidi também que não vou mandar mais nenhum e-mail, nenhuma carta e principalmente nenhuma mensagem de texto. Pronto!
Porquê? Porque se eu mandar, ela vai perceber que eu estou com saudades ora! E ainda vai achar que eu já a trato como se ela fosse minha, que sou um grude no sapato e que encho o saco dela com essas mensagenszinhas no celular, não quero ser muito meloso, entende?
Hahaha, adolescentes são adolescentes né? E o senhor já passou por isso, nem vem que não tem. Pois é, deixa isso com o tempo.. Enquanto isso, paciência, paciência..
Como eu a conheci? O senhor não lembra? Então, eu conto de novo. Sabe aqueles encontros e desencontros que o destino nos prega? Então, foi assim. Falando sério agora, estou perdido desde quando a conheci.
Isso, vai rindo mesmo. Posso ser novo, mas o coração é de velho.
Se ela é especial pra mim? Lógico que sim meu amigo! Apesar de amá-la muito, eu não digo, fico quietinho, na moita.
Porquê? Ah, não vai me dizer que o senhor nunca passou por isso? O senhor nunca sentiu vontade de querer ver a pessoa toda hora, abraçar ela, dar beijinhos na nuca, fazer carinho de leve até ela ficar arrepiada, lambuzar a cara dela de chocolate e depois sair correndo, pagar micos, rir, dançar juntos, passar a noite em claro, se pegar na chuva, na piscina, debaixo do chuveiro, jantar à luz de velas, se surpreender, surpreender ela, dar presentes, olhar nos olhos e, no final do dia, a gente vai pra casa sem entender porque a gente sempre se sente assim tão bobo, quando está com ela? Sabe porque eu não digo isso tudo a ela?
É simples meu amigo, medo de perder! Se eu fizer isso, ela vai embora. E eu estou cansado de ver todo mundo indo embora.
Já viu como está o meu coração seu Zé? Não? Ele está cheio de resquícios do passado que prefiro esquecer. Quero torcer o meu coração e deixar ele se inflar de ar puro, de magia, de amor. Quero que ele fique puro pra ela.
É.. o senhor tem razão, ela não vai saber disso se eu não contar, e olha que ela não sabe nem da metade. Mas ela sabe que gosto dela e pronto. Acho que isso basta, não é?
Eu, complicando tudo? Aonde? Imagina Zé! Adolescentes nunca complicam nada, é impressão sua, só isso.
Mas eu queria pedir uma opinião ao senhor.. Porque ela é tão calada? Não vê que o silêncio me agride de tal forma que atiça a minha neurose? Porque ela some, não entendo mesmo.. O que isso pode significar?
Problemas todo mundo tem. É, eu sei.. Só queria ajudar poxa. O senhor não é o único a dizer que tenho que ter paciência sabia? Esperar é tão chato, mas sei que preciso. Olha pra hora! está bem tarde. Ok, vai indo lá, o senhor está velinho, precisa dormir cedo. Amanhã eu volto aqui pra gente conversar mais, ok? Obrigado e até amanhã.

No final, bati na cama e dormi. Depois de passar tanto tempo sozinho, a insanidade subiu ao térreo e me fez criar um personagem de auto-ajuda. É como diz aquela música nova, daquele cantor que faz sucesso na MTV: "E disso só os loucos sabem".
Oque a gente quer mesmo, é amar e ser amado. E pronto.

domingo, 17 de outubro de 2010

Everything can change.

A vida é assim, uma hora tudo pode mudar, pra melhor e/ou pra pior. Depende de como as coisas vão e depende também, das coisas que você transmite pras outras pessoas, pro universo e tal.
Passei muito tempo transmitindo coisas boas e acho que estou recebendo coisas boas em troca. É felicidade que não tem fim. Estou feliz, em paz, tô sossegado e super relax com a vida. Quero outra coisa?
Assisti ontem o filme Lembranças e aprendi algumas coisas que até então, não entendia muito bem. Aprendi que a vida é feita de instantes. E a felicidade também. Numa hora tudo pode ir bem, mas depois pode ficar ruim. Mas você não deve culpar ninguém, principalmente a Deus. É ele quem te ensina pelos melhores meios da vida, como amadurecer, evoluir mentalmente, sentimentalmente e espiritualmente. Eu estou aprendendo muito. Mudei, e muito! E não preciso que acreditem na minha mudança para que eu tenha mudado, certo?
Como disse nuns post's antigos, minha vida está ÓTIMA! Estou feliz demais. E as vezes nem sei porque. A felicidade é feita de momentos e eu estou curtindo cada um deles.
E é isso galera, coração voltou a bater, dessa vez mais forte do que nunca, espero que dê tudo certo.
Boa semana pra vocês, paz, amor e tudo de bom ae. :D

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O último.

Eu me descubro ainda mais feliz a cada pedaço seu e de tudo o que é seu. Às vezes você é tão bobo, e me faz sentir tão boba, que eu tenho pena de como o mundo era bobo antes da gente se conhecer. Eu queria assinar um contrato com Deus: se eu nunca mais olhar para homem nenhum no mundo, será que ele deixa você ficar comigo pra sempre? Eu descobri que tentar não ser ingênuo é a nossa maior ingenuidade, eu descobri que ser inteiro não me dá medo porque ser inteiro já é ser muito corajoso, eu descobri que vale a pena ficar três horas te olhando sentada num sofá mesmo que o dia esteja explodindo lá fora. E quando já não sei mais o que sentir por você, eu respiro fundo perto da sua nuca, e começo a querer coisas que eu nem sabia que existiam. Quando a gente foi ver o pôr-do-sol na Praça pôr-do-sol, e a gente ficou abraçado, e a gente se achou brega demais, e a gente morreu de rir, eu senti um daqueles segundos de eternidade que tanto assustam o nosso coração acostumado com a fugacidade segura dos sentimentos superficiais. E aí eu só olhei pra bem longe, muito além daquele Sol, e todo o meu passado se pôs junto com ele. E eu senti a alma clarear enquanto o dia escurecia. Eu te engoli e você é tão grande pra mim que eu dedico cada segundo do meu dia em te digerir. E eu não tenho mais fome, e eu tenho que ter fome porque eu não quero você namorando um magrelo. E eu sonhei com você e acordei com você, e eu te olhei e falei que eu estava muito magrelo, e você me mandou dormir mais, e me abraçou. Eu preciso disfarçar que não paro mais de rir, mas aí olho pra você e você também está sempre rindo. Se isso não for o motivo para a gente nascer, já não entendo mais nada desse mundo. E eu tento, ainda refém de algumas células suas que vez ou outra me invadem, tentar achar defeito na gente, tentar estragar tudo com alguma sujeira. Mas você me deu preguiça da velha tática de fuga, você me fez dormir um cd inteiro na rede e quando eu acordei o mundo inteiro estava azul. Engraçado como eu não sei dizer o que eu quero fazer porque nada me parece mais divertido do que simplesmente estar fazendo. Ainda que a gente não esteja fazendo nada. Eu, que sempre quis desfilar com a minha alegria para provar ao mundo que eu era feliz, só quero me esconder de tudo ao seu lado. Eu limpei minhas mensagens, eu deletei meus emails, eu matei meus recados, eu estrangulei minhas esperas, eu arregacei as minhas mangas e deixei morrer quem estava embaixo delas. Eu risquei de vez as opções do meu caderninho, eu espremi a água escura do meu coração e ele se inchou de ar limpo, como uma esponja.
Você me transformou no eufemismo de mim mesmo, suavizou meu soco, amoleceu minha marcha e transformou minha dureza em dança. Você quebrou minhas pernas, tirou as pedras da minha mão. Você diz que me quer com todas as minhas vírgulas, eu te quero como meu ponto final.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O vento certo vai soprar o mar.

Estou passando por momentos ótimos na minha vida, agora tudo parece mais calmo, agora parece que tudo pode dar certo, eu sinto isso. Sei que é só tentar.
Ando destribuindo muitos sorrisos de graça por ai. E as vezes pra pessoas que nem merece. Mas é aquilo, quando estamos felizes sem ao menos saber o motivo, tudo parece ficar mais, digamos assim, pra rimar, bonito, hahaha. Eu fico olhando pra tudo tão catatônico, uma mistura de alegria com nostalgia e eu fico muito bem.
Enfim, dou sorrisos e abraços de graça pra quem vier, nunca neguei e nunca vou negar.
A vida anda muito boa e nao vou reclamar. Ai de mim, rs.
Eh isso galera, sem textos meus ou da Tati por aqui. Quando der, venho aqui de novo.
Beijao e boa semana! :D

Musica que reflete meu momento, haha. :D

Não Há - Seu Cuca

Eu quero você do lado esquerdo do peito
Porque igual a você não há
E quando você chorar quero ser o seu leito
Porque igual a você não há

Eu vi você andando na cidade
Pintando a fé e paz nas cores na cidade
E vi você mostrando amor à vida
Tão triste sonho de não ter você na vida

Porque eu penso em você todo dia
Você é a minha alegria
Meu coração
Não se deixe encantar

Eu quero você do lado esquerdo do peito
Porque igual a você não há
E quando você chorar quero ser o seu leito
Porque igual a você não há

Pedi três sonhos, dei três pulos n'água
Fiquei buscando através da madrugada
E apelei até pra simpatia
Que prometia o meu amor em três dias

Porque eu penso em você todo dia
Você é a minha alegria
Meu coração
Não me deixe esperar

Eu quero você do lado esquerdo do peito
Porque igual a você não há
E quando você chorar quero ser o seu leito
Porque igual a você não há

Eu quero você do lado esquerdo do peito
Porque igual a você não há
E quando você chorar quero ser o seu leito
Porque igual a você não há.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O contrato.

Não transforma assim o mundo em um lugar mais fácil e melhor de se viver. Não faz eu ser assim tão absurdamente feliz só porque eu tenho certeza absoluta que nenhum segundo ao seu lado é por acaso.
Combinamos que não era amor e realmente não é. Mas esse algo que é, é realmente muito libertador. Porque quando você está aqui, ou até mesmo na sua ausência, o resto todo vira uma grande comédia. E aquele cara mais novo, e aquele outro mais velho, e aquele outro que escreve, e aquele outro que faz filme, e aquele outro divertido, e aquele outro da festa, e aquele outro amigo daquele outro. E todos aqueles outros viram formiguinhas de nariz vermelho. E eu tenho vontade de ligar pra todos eles e falar: putz, cara, e você acha mesmo que eu gostei de você? Coitado.
Adoro como o mundo fica coitado, fica quase, fica de mentira, quando não é você. Porque esses coitados todos só serviram pra me lembrar o quão sagrado é não querer tomar banho depois. O quão sagrado é ser absurdamente feliz mesmo sabendo a dor que vem depois. O quão sagrado é ver pureza em tudo o que você faz, ainda que você faça tudo sendo um grande safado. O quão sagrado é abrir mão de evoluir só porque andar pra trás é poder cruzar com você de novo.
Não é amor não. É mais que isso, é mais que amor. Porque pra te amar mais, eu tenho que te amar menos. Porque pra morrer de amor por você, eu tive que não morrer. Porque pra ter você por perto um pouco, eu tive que não querer mais ter você por perto pra sempre.
E eu soquei meu coração até ele diminuir. Só pra você nunca se assustar com o tamanho. Medo de destruir mais uma vez esse amor tão santo, tão virgem. E eu vou continuar me fantasiando de não amor, só pra você poder me vestir e sair por aí com sua casca de não amor.
E eu vou rir quando você me contar das suas meninas, e eu vou continuar dizendo “bonito carro, boa balada, boa idéia, bonita cor, bonito sapato”. E eu vou continuar sendo só daqui pra fora. Porque no nosso contrato, tomamos cuidado em escrever com letras maiúsculas: não existe ninguém aqui dentro.
Mas quando, de vez em quando, o seu ninguém colocar ali, meio sem querer, a mão no meu joelho, só para me enganar que você é meu dono. Só para enganar o cara da mesa ao lado que você é meu dono. Eu vou deixar. Vai que um dia você acredita.’
(Tati Bernardi)

Momento que traduz a minha vida total, precisei postar.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Eu nunca vou entender.

Eu nunca vou entender porque a gente continua voltando pra casa querendo ser de alguém, ainda que a gente esteja um ao lado do outro. Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais..

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

É hora de (RE)começar.

Hoje eu acordei numa casa diferente, num quarto diferente, sem nenhuma muleta, meus amigos estão ocupados, meus pais não podem sofrer por mim. Hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar. Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Triste.

É triste amar tanto e tanto amor não ter proveito. Tanto amor querendo fazer alguém feliz.Tanto amor querendo escrever uma história, mas só escrevendo este texto amargurado.É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer,implorar. É triste lembrar como eu ria com ele.

domingo, 22 de agosto de 2010

Olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não achei que ia conseguir dizer, quero dizer, dizer tudo aquilo que escondo desde a primeira vez que vi você, não me lembro quando, não me lembro onde. Hoje havia calma, entende? Eu acho que as coisas que ficam fora da gente, essas coisas como o tempo e o lugar, essas coisas influem muito no que a gente vai dizer, entende? Pois por fora, hoje, havia chuva e um pouco de frio: essa chuva e esse frio parecem que empurram a gente mais pra dentro da gente mesmo, então as pessoas ficam mais lentas, mais verdadeiras, mais bonitas. Hoje eu estava assim: mais lento, mais verdadeiro, mais bonito até. Hoje eu diria qualquer coisa se você telefonasse. Por dentro também eu estava preparado para dizer, um pouco porque eu não agüento mais ficar esperando toda hora você telefonar ou aparecer, e quando você telefona ou aparece com aquelas maçãs eu preciso me cuidar para não assustar você e quando você me pergunta como estou, mordo devagar uma das maçãs que você me traz e cuido meus olhos para não me traírem e não te assustarem e não ficarem querendo entrar demais dentro dos teus olhos, então eu cuido devagar tudo o que digo e todo movimento, porque eu quero que você venha outras vezes. (...) A cada dia viver me esmaga com mais força.

Desisti.

Não brigo mais com a vida, não quero entender nada. E eu seguia brigando. Querendo o mundo do meu jeito. Na minha hora. Querendo consertar a fome do mundo e o restaurante brega. Agora, não quero mais nada. De verdade. Quero não sentir mais porra nenhuma. O mundo me viu descabelar, agora vai me ver dormir e cagar pra ele. Eu quis tanto ser feliz. Tanto. Chegava a ser arrogante. Tanta coisa dentro do peito. Tanta vida. Tanta coisa que só afugenta a tudo e a todos. Atropelei o mundo e eu mesmo. Ninguém dá conta do saco sem fundo de quem devora o mundo e ainda assim não basta. Eu simplesmente me recuso a repassar a história, seja ela qual for, pela milésima vez. Deixa a vida ser como é.

Meu momento, total. Só isso.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Aniversário da sua ausência.

Você nunca ligou, nunquinha. E eu esperei, esperei, esperei tanto tempo, nossa,
como eu esperei. Acho que eu nunca esperei tanto nada em toda a minha vida. (...)
Quem iria me levar para longe se você não me queria mais por perto? Não teve como. Foi a primeira vez na vida que não consegui me enrolar e acabei deixando a dor vencer. Pela primeira vez a realidade falou mais alto que a fantasia. Pela primeira vez a realidade da sua ausência falou mais alto que a fantasia de anos a sua espera.
A nossa dor acabou sendo toda a dor que fazia fila em mim para ser sentida.

sábado, 7 de agosto de 2010

Você me tem fácil demais
E não parece capaz
De cuidar do que possui
Você sorriu e me propôs
Que eu te deixasse em paz
Me disse vai e eu não fui

Não faça assim
Não faça nada por mim
Não vá pensando que eu sou seu
Não faça assim
Não faça nada por mim
Não vá pensando que eu sou seu

Você me diz o que fazer
Mas não procura entender
Que eu faço só pra te agradar
Me diz até o que vestir
Com quem andar e aonde ir
E não me pede prá voltar

Não faça assim
Não faça nada por mim
Não vá pensando que eu sou seu
Não faça assim

Não faça nada por mim
Não vá pensando que eu sou seu

Nada por mim - Paula Toller

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Please, be there.

Eu só queria um namorinho simples, entende? Daqueles de que no final do filme, tudo fica bem. Quero que na sexta-feira à noite você me chame para ir jantar num restaurante qualquer e sem maiores danos. Que no sábado de manhã saíssemos para a praia, andássemos pelo calçadão e que no finalzinho do dia a gente se abraçasse e ficássemos rindo do nada. Que a noite fôssemos para uma festa, uma balada ou um show qualquer e que dançássemos até nossas pernas ficarem bambas. Que eu pagasse um mico, bebendo tanto ao ponto de ficar bêbado, e você com toda a paciência do mundo me levasse pra casa, me desse um banho gelado, me colocasse pra dormir, me mandasse calar a boca e dizer que vai ficar tudo bem e que o primeiro porre é sempre o pior.
Que no domingo eu acordasse meio-dia, zuando e rindo de você, perguntando pelo almoço na cama, mesmo eu estando morrendo de dor de cabeça e com uma enxaqueca que me deixava irritado, mas que você me amasse assim mesmo. Que a tarde alugássemos um filme besta qualquer e de noite assistíssemos ele comendo pipoca. Que no meio do filme, você deitasse no meu ombro me pedindo pra te fazer carinho, porque você estava se sentindo muito carente. Que lá pras dez e meia da noite eu fosse embora, porque era tarde e no dia seguinte você acordava cedo pra ir para a faculdade.
Que antes de você ir deitar eu ligasse pro seu celular, lhe desse uma boa noite e dissesse que já estou com saudades... Enfim, eu só quero um namoro simples. Não precisa me dar presentes toda festa ou todo aniversário meu não, até porque não sou interesseiro. Só quero que me ame. A única coisa que te peço mesmo, é que quando eu virar a chave e abrir a porta, please, be there.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

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O meu amor acaba por todos, a minha espera cansa por todos, a minha raiva ameniza por todos. Mas a minha fé por você cresce a cada dia.

É isso.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Fragmentos de uma vida que se foi.

Mas e se eu tivesse feito diferente, teria dado certo? Teria sido diferente? Isso eu já nem sei. Você agora é o reflexo de uma vida que poderia ter sido, mas que não foi. Não foi por que você não me deu a chance de mostrar o quanto eu era capaz. Você ainda me pergunta "capaz de quê?". Eu sou capaz de muitas coisas..
Amanhã de manhã eu vou acordar, dar bom dia para o zelador, ler o meu jornal, beber o meu iogurte - que vai descer rasgando a garganta - e depois eu vou passar o resto do dia lendo, lembrando, relendo e relembrando tudo o que veio e se que se foi, e vou ficar catando meus pedaços que ficaram espalhados entre a porta, a cama e o meu sofá. No final de tudo, só resta isso mesmo; metades, pedaços, fragmentos - fragmentos de uma vida, uma história, um sonho e um conto perdido e iludido - e um buraco enorme entre eu e você e um no meu coração. Mas a gente não pode fazer mais nada, a não ser varrer tudo pra debaixo do tapete, lavar o rosto e começar tudo outra vez.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

É simples, é só sentir.

Hoje eu acordei sem nada pra pensar, sem nada no estômago, sem nada para fazer e sem sentir nenhum calafrio quando piso os pés no chão e penso que acordei ainda com uma vida, que graças a Deus é incrível e que o dia está irradiante hoje. E me lembrei de quando você acordou na terça-feira passada do meu lado e disse que aquilo e isso tudo é o que qualquer mortal queria pra sua vida. E eu ri. Achando que você tinha tirado isso de algum filme besta, tipo esse que está na moda agora. Você ri. Achando que eu era bobo demais para entender o tamanho do amor que você ainda pode sentir por mim. E que não sente ainda, porque é a sua carta na manga. Eu não duvido nada, porque da última vez que duvidei de você, levei uma travisseirada na cara e depois começou uma guerra debaixo do lençol e do edredrom. Você me diz que o mundo fica chato quando eu vou embora. E eu te digo que não existe nem mundo, nem sonho, nem travisseiros, nem lençóis, nem edredom e nem nada dessa vida, que me faz o cara mais feliz, só por estar ao seu lado. Amar é simples. É só sentir. E pronto. Pra que e porquê complicam?

Ao som de: "Dashboard Confessional - Stolen."

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Eu posso sentir isso de novo. Que bom. Achei que eu ia ser esperto pra sempre, mas para a minha grande alegria estou me sentindo um idiota. Sabe o que eu fiz hoje? As pazes com o Bob Marley, com o Bob Dylan e até com o ovomaltine do Bob’s. As pazes com os casais que se balançam abraçados enquanto não esperam nada, as pazes com as pessoas que não sabem ver o que eu vejo. E eu só vejo você me ensinando a dar estrela. Eu só vejo você enchendo minha vida de estrelas. Se você puder, não tenha medo. Eu sou só um menino que voltou a ver estrelas. E que repete, sem medo e sem fim, a palavra estrela no mesmo parágrafo. Estrela, estrela, estrela. Zilhões de vezes.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Mesmo que a gente não fique juntos pra sempre... Mesmo que acabe semana que vem... Nunca destrua o meu carinho por você. Nunca esfrie o calorzinho que acende dentro de mim quando você liga, sorri ou aparece no olho mágico da minha porta... Me deixe um dia, se quiser. Mas me deixe te amando. É só o que eu peço.

domingo, 18 de julho de 2010

18/07 - My moment.

Eu fico o tempo todo querendo te agradar. Ele disse. Antes de começar a procurar o problema da minha geladeira que geme a noite inteira. Eu pude ler naquele segundo uma imensa lista idiota que passava em sua cabeça. Restaurante caro, abrir a porta, trazer flores, ligar no dia seguinte, pagar a pousada, dizer coisas bonitas ao final do dia, dizer coisas bonitas quando amanhece, gostar das mesmas coisas que eu, se interessar, ao menos, pelas minhas coisas. Me comprar uma planta. Consertar minhas coisas. Me levar no exame de sangue. Falar de mim para os filhos. Uma lista enorme. Enorme. Coitado.
Senti pena. Foi isso. Pena. A pior coisa que se pode sentir por alguém. Exatamente o que sentimos quando somos assim, incapazes desse tipo de amor agradecido ou contemplativo ou amor. E porque senti isso e não estou suportando é que resolvi dizer a verdade. Não faça nada. Quer me agradar de verdade? Não faça nada.
Eu não vou gostar de você. Nunca. Jamais. Eu jamais vou gostar de alguém. Se você começar, vou tornar sua vida um inferno. Uma vez me agradando, essa será sua rotina eterna. Sem fim. Porque nada me agrada. E tudo sempre será pouco e ridículo e até ofensivo. Então, nem comece, nem tente, não faça nada.
Eu nem estou vendo você. Percebe? Não me peça para abrir os olhos no meio da minha tentativa de me sentir através de você. Não brigue comigo porque não sei permanecer em nós na hora do brinde. Eu sequer vejo você, como posso ver isso que chama de “nós”?

terça-feira, 13 de julho de 2010

Depois que você me mandou parar de suspirar.

Vai ser sempre assim. As vezes a porrada vem de onde você menos espera. De pessoas que você achava - ou pelo menos jurava - que nunca iam te machucar. Estou me acostumando com a certeza de que todo mundo um dia, vai te fazer sofrer. Ou pelo menos fazer com que você vá pra um boteco mais próximo e afogar as mágoas na cerveja, só pra ver se a dor passa, mesmo você sabendo que fazer isso é pura besteira. Estou me acostumando com a idéia de que daqui há algum tempo iremos nos encontrar pela primeira vez. E pra falar a verdade, nem sei como vou reagir. Não sei se vou chorar, sorrir, gritar, dançar, tremer, pular, cantar, paralisar ou se meu coração vai ter um ataque epilético e saltar pela boca. Ou talvez eu sinta tudo isso de uma vez. Aí meu filho, já estou morto mesmo.
Noite passada conversei bastante com um amigo meu e sabe o que ele me disse? "Marco, você é uma armadilha para ursos, quem é esperto, nem chega muito perto, mas quem é desavisado, e que chega a centímetros de você sempre acaba se fodendo e, incrivelmente, ferra com você também. Hoje você está muito melhor, mas antes, nossa, eu nem sei."
Depois de ouvir isso atentamente, a única coisa consegui fazer foi agachar e recolher os pedaços da vergonha da minha cara. Eu era assim e nem sabia. O bom, é que mudei. E eu nem percebi essa mudança. Eu sou um poço de medos. Eu sou um fosso sem fim de angústias.
Sabem daqueles medos clichês que todo mundo tem quando começa um namoro e acham que a qualquer momento pode terminar? Mas que ainda assim você precisa acreditar duas vezes à mais em você para manter tudo intacto? De quando você tem que confiar o máximo no seu taco para não perder quem você ama, para depois ficar chorando pelos cantos do quarto pela falta de confiança e de leveza. Medo de amanhã olhar você indo embora pra sempre pela porta dos fundos da casa e ter que ficar aos prantos no sofá, sem poder fazer nada, só chorar, porque você me pediu com todo o carinho do mundo para que eu não fosse atrás de você, mesmo eu sabendo que você queria mesmo é que eu fosse. São medos que eu tenho e que me consomem psicologicamente todos os dias e é por causa deles que não consigo ser prático nas coisas. Enfim...

Você é algo irreal. Um mundo de utopias que toda criança imaginou antes de dormir. E nem com todas as pistas eu pude descobrir que você, ainda, não queria nada com ninguém. Lembro que você sempre me dizia "estou numa vibe muito boa, não quero estragar ela entrando num relacionamento que pode ser confuso." Um relacionamento comigo com certeza daria certo. Por que por você eu tirei todos os resquícios de armadilhas entre o meu peito e o meu coração. Resolvi esquentar o meu coração gelado e ele voltou a bater. Mas olha, eu estava tão apaixonado por você. Tanto, tanto, tanto. Que esqueci de perguntar de você também estava por mim. Isso eu já nem sei mais.
E é só por isso que preferi ir pra sua casa. Deitei no seu colo e ouvi você dizendo baixinho qualquer coisa no meu ouvido. Ficamos ali por uma vida. E por horas suspirei no seu colo. E em cada minuto pensei que meu peito ia explodir. Era isso o que eu exatamente queria com você. Só queria mesmo que fôssemos para sempre. Ou que fosse eterno enquanto durasse. "Quando já não sei mais o que sentir por você, eu respiro fundo perto da sua nuca, e começo a querer coisas que eu nem sabia que existiam." Pois é.

sábado, 10 de julho de 2010

Charlie Brown

Então, Charlie Brown o que é amor pra você?
- Em 1987 meu pai tinha um carro azul.
- Mas o que isso tem a ver com amor?
- Bom, acontece que todos os dias ele dava carona pra uma moça. Ele saía do carro, abria a porta pra ela, quando ela entrava ele fechava a porta, dava a volta pelo carro e quando ele ia abrir a porta pra entrar, ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas e os dois morriam de rir… acho que isso é amor.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Depois que você me mandou limpar os óculos.

Eu to numa fase bacana da vida, sem nós no peito (o que por um lado é ruim, pois a paz sempre me dá alguns quilinhos a mais e alguns textos a menos), mesmo assim resolvi fazer uma sessão nostalgia. Não sei se é porque agora, nesse exato momento, estou ouvindo “To know him is to love him”, da Amy. Só sei que a noite está pedindo e resolvi fazer uma sessão nostalgia. Lembro com carinho de quando nos conhecemos, você parecia um cara tranquilo demais, caseiro, mas com o tempo percebi que era não era bem isso. Também me faz bem lembrar que você nunca, nunca se alterava. Trouxesse o garçom o pedido errado pela terceira vez ou fizesse um playboy qualquer barbeiragem em cima do seu carro. Você nunca estragava nossas noites. Eram tão raros os nossos momentos e sempre eram bons. Eu tenho saudade de mil coisas e todas essas mil coisas sempre caem na mesma única coisa de que eu tenho tanta saudade: das suas histórias. Me faz muita falta ouvir sobre sua vida, suas histórias, seus medos, seus desejos, suas angústias. E como me faz bem saber o quanto você confia em mim, o quanto você se sente bem em conversar comigo.
Gosto tanto de lembrar tudo o que vivemos em apenas um ano. As brigas, discussões sem fundamento, os momentos bons, que foram muitos. Aprendi muito com você, coisas que levarei pro resto da minha vida. Lembro que você me ensinou que drama não funciona contigo. Que a raia reproduz daquela forma estranha, dentro daquela casquinha preta, e que cavalos marinhos quando secam podem ser uma bela decoração. Que vodka não se bebe em Rio do Sul. Que amigos mesmo, os de longa data, também brigam, mas que no fim tudo se resolve. Que soro caseiro se faz com uma pitada de sal e uma colher de açúcar, e que devemos tomar em apenas um gole. Que molho vermelho fica bem melhor com manjericão. E correr na praia com chuva pode ser divertido de madrugada. Que o casal da mesa ao lado pode ser uma ótima companhia. Ah! E que pegar carona no guarda-chuva de pessoas estranhas pode ser engraçado. Que o cara de cadeira de rodas pode nos surpreender. E que quando você fala mais alto, e eu falo mais alto ainda, é minha hora de calar a boca, por que você sempre vai ter razão. Você me ensinou muita coisa, a te respeitar, te admirar, te querer, só não me ensinou a te amar, isso aprendi sozinha.
Você me fez perceber que ciúme é um saco, principalmente quando você invoca em algo ridículo, mas eu mesmo assim acho lindo. Sabe, quando estamos distantes, mesmo que por horas, sinto muita saudade, de dormir abraçada, de encaixar o rosto no vão das suas costas e querer ser embalsamada ali por mil anos.
A vida fica surda sem você, porque o volume do mundo abaixa para ouvir meu grito interno. O mundo fica passando como um filme Super Oito na parede, as pessoas estão felizes, mas parece que faz tempo demais e sentido nenhum. Sem você sinto essa felicidade sem som, como se por maior que fosse um sentimento, ele já nascesse com defeito.
Eu sei que eu posso muitas coisas sem você, e eu sei que, se eu tomar um banho quente e comprar uma roupa nova, talvez eu possa querer uma coisa que seja, só uma, sem você. Nada muda no mundo quando você não caminha ao meu lado, as pessoas quase não percebem que falta metade do meu corpo e que eu não posso ser muito simpática porque toda a minha energia está concentrada para eu não tombar.
Às vezes sinto que você vai me querer pra sempre, e vai assumir tudo isso e ficar ao meu lado pra sempre. Por que eu ainda sou frágil, preciso de você, preciso que cuide de mim. Mas não quero sujar nosso amor com a minha mania de amar despedaçada e esfarelada, quero ficar toda inteira pra quando você me quiser.
Eu tenho saudades de tudo. Da gente acordar a vizinha de tanto rir de coisas bestas, do seu carro sempre bagunçado, da paciência que você tinha com meus quase doze anos a menos, da mania que tenho de arrumar sua casa, suas roupas em cima da cama enquanto você tomava banho e de quando você me apertava no escuro e falava, baixinho: “ai, como essa menina gosta de fazer drama!”.
Sabe aquele cantor que agora é ator e autor? Aquele que cantava “você venceu, batata frita”. Ele me fez pensar em nós agora. Taí. O amor venceu. Você venceu. Venceu. Venceu. Venceu. E eu acabo de descobrir, simples assim, a única maneira de me livrar desse sentimento: aceitando ele, parando de querer ganhar dele.
Pois é te amo mesmo, talvez pra sempre. Mas nem por isso eu deixo de ser feliz ou viver minha vida. Foda-se esse amor. E como você diria: foda-se você.
Te amo de todas as maneiras possíveis. Sem pressa, como se só saber que você existe já me bastasse. Sem peito, como se só existisse você no mundo e eu pudesse morrer sem o seu ar. Sem idade, porque a mesma vontade que eu tenho de transar com você no banheiro eu tenho de passear de mãos dadas com você empurrando nossos netos. E por fim te amo até sem amor, como se isso tudo fosse tão grande, tão grande, tão absurdo, que quase não é. Eu te amo de um jeito tão impossível que é como se eu nem te amasse. E aí eu desencano desse amor, de tanto que eu encano. Pois ninguém acredita na gente, nem você. Mas eu te amo também do jeito mais óbvio de todos: eu te amo burra. Estúpida. Cega. E eu acredito na gente.
Sabe, não é um sentimento egoísta e muito menos possessivo. É apenas uma saudadezinha. Gostosa, tranqüila, bonita, saudável, de longe. E, quem diria: leve.
(Tati Bernardi)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Lá estou eu em mais uma mesa com risos pela metade. Olho pro lado e sinto uma saudade imensa, doída, desesperançada e até cínica. Saudade de alguma coisa ou de alguém, não sei. Talvez de mim, de algum amor verdadeiro que durou um segundo... Meus amigos me adoram. Mas será que eles sabem que se eu estou morrendo de rir agora, mas daqui a pouco vou morrer de chorar? E isso 24 horas. E eu, mais uma vez, olho para o lado morrendo de saudade dessa coisa que eu não sei o que é. Dessa coisa que talvez seja amor. Odeio todos os amores baratos, curtos e não amores que eu inventei só para pular uma semana sem dor. A cada semana sem dor que eu pulo, pareço acumular uma vida de dor. Preciso parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e eu sigo inventando personagens. Odeio minha fraqueza em me enganar. Eu invento amor, sim e dói admitir isso. Mas é que não aguento mais não dar um rosto para a minha saudade. É tudo pela metade, ao menos a minha fantasia é por inteiro.. enquanto dura. No final bruto, seco e silencioso é sempre isso mesmo, eu aqui meio querendo chorar, meio querendo mentir sobre a vida até acreditar. E aí eu deito e penso em coisas bonitinhas. E quando vou ver, já dormi.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Não sei mais o que fazer das minhas noites durante a semana. Em relação aos finais de semana já desisti faz tempo. Tô fora de dançar os hits das rádios e ter meu braço ou cabelo puxado por um garoto que fala 'tipo assim', 'gata', 'iradíssimo'. Tinha me decidido a banir a palavra "balada" da minha vida e só sair de casa para jantar, ir ao cinema ou talvez um ou outro barzinho. Mas a verdade é que por mais que eu ame minhas amigas, a boa música e um bom filme, sinto falta de um amor. Me pergunto onde foi parar a única coisa que realmente importa e é de verdade nesta vida: a tal da química. Mas então onde, meu Deus? Onde vou encontrar gente interessante? Até quando vou continuar achando todo mundo idiota demais pra mim e me sentindoo mais idiota de todos? Foi então que eu descobri. Ele está exatamente no mesmo lugar que eu agora, pensando as mesmas coisas, com preguiça de ir nos mesmos lugares furados e ver gente boba, com a mesma dúvida entre arriscar mais uma vez e voltar pra casa vazio ou continuar embaixo do edredom lendo mais algumas páginas do seu mundo perfeito. A verdade é que as pessoas de verdade estão em casa. Não é triste pensar que quanto mais interessante uma pessoa é, menor a chance de você vê-la andando por aí?
(Tati Bernardi).

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Música para um homem que agora nem sabe que eu existo.

Quando eu ouço você cantar essa música, meu peito entra em desespero. Eu quase entro em colápso. Se fóssemos como música, eu nem saberia o que seria da gente. Você entende isso. Mas você se distânciou há tempos de mim. Por isso só ouço você cantando no canal do seu Youtube. Agora você canta num programa de televisão. Eu fiquei pra trás e você foi atrás do seu sonho. Parabéns, de verdade mesmo. Eu estou fazendo o mesmo. Só que com a diferença de que num dos meus sonhos, minha vontade é de ter você.
Se ao menos eu conseguisse abraçar você, arrancar um abraço desse seu corpo que parece mais uma sombra. Eu pareço um idiota. Eu sei que sou. Agora eu só vejo você por uma tela de vidro. E nem sei mais como você se sente. Se está amando alguém. E se estiver? E se for melhor do que eu? E se tiver mais amor e loucura e desejos do que eu? O que você vai fazer? Alias, o que EU vou fazer? Nada. Nada, nada, nada. Você agora é só um reflexo de uma vida que poderia ter sido. Mas não foi. Ou talvez até começado. Mas o destino quis diferente. E agora?
Me diz porque você foi participar desse programa? Logo esse! Mas bem do fundo dos meus sonhos sacaneados e da minha alma fria. Boa sorte. Bom futuro. Do fundo do meu coração que nem sei se bate mais, boa sorte.
Quem sabe quando eu também ficar louco, resolver cantar - mesmo mal - e participar de um treco como esse, você passa a me notar.

-
Tudo o que ficou pra trás.

Agora que ele já fechou
Os olhos pra você
Que você notou
E parou pra ver

Mas já passou, e já passou
Como a sombra que sumiu
Atrás do muro

As frases sem falar
E festa que você não fez
Já não há mais planos,
Não pra vocês
Com todas as pistas,
Você não descobriu
Era sangue seu,
E você não sentiu

Mas já passou, e já passou
Como a sombra que sumiu
Atrás do muro

Tudo o que ele quis
Ficou pra trás
Tudo que a mãe cerziu
Não serve mais
Ficou pra trás
Todos os fantasmas
Que ele foi atrás
E jamais venceu
Não vence mais
(...)

terça-feira, 29 de junho de 2010

Falar de amor não é amar alguém.

Não é porque eu escrevo sobre o amor que eu estou sempre apaixonado. Eu sempre invento histórias que nunca existiram e histórias que talvez eu quisesse ter vivido. Eu sempre crio cenas na minha cabeça mesmo sem estar apaixonado por alguém. Eu falo de amor e eu tenho necessidade de amar, mas isso não quer dizer que eu estou sempre apaixonado... Pelo contrário, eu ando sentindo saudades daquele disparar maluco que nós sentimos no coração por causa de uma pessoa. É.
Por: Paula - www.quandovocenaoesperar.blogspot

domingo, 27 de junho de 2010

Eu procuro você desde o dia em que nasci. (...) Só que estamos com um problema: vai ser um pouco difícil a gente se conhecer porque tenho evitado sair de casa. Tenho medo de que tudo seja uma mentira e de verdade sinto que é, mas ainda acordo feliz todos os dias esperando que ao menos você seja verdade.

Textos prontos - Salvação do dia.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Escolhas.

Sexta-feira estava pensando numa pessoa que vira e mexe me balança um pouco. Ontem mesmo, à tarde, resolvi mandar uma mensagem, dizendo o quanto você é especial, o quanto eu gosto de você, o quanto eu tenho um carinho enorme por ti e o quanto isso e o quanto aquilo tudo. Eu quero te ver. E te dar um abraço tão longo, tão imenso, que mesmo que o mundo esteje explodindo lá fora, eu sei que vou estar seguro em ombros tão largos. Eu queria tanto ter você, sabe? De verdade. Nem que eu lhe tivesse no finalzinho da tarde, quando o sol está se escondendo e a tarde indo embora e dando lugar para a noite. É na noite que tudo acontece. É na noite, que tudo fica mais interessante.
Eu sou um livro cheio de sonhos. Eu tenho medo de ficar sem você.
Me perdoa por eu querer sentir você de uma forma tão imensa, que sem querer forço você a sentir algo. E se não forço, insinuo. Me desculpe pelas vezes que fui tão imaturo e bati o pé, quando você me disse algo que sei que era pro meu bem. Me perdoa? Eu sei que eu errei, mas poxa, me dá uma chance, vai? Posso te mostrar que sou muito melhor do que esses que você encontrou por aí. Você gosta de mim e eu sei. Aprendi tantas outras coisas com você e de formas tão diferentes. Eu me tornei um quase-grande-homem nesse tempo sem falar com você. E eu só tenho 17 anos. O mundo gira muito rápido, e depressa, e veloz e ligeiro em minha vida e eu preciso crescer mais um pouco antes de querer ser alguém pra você. Eu ainda preciso crescer e ter um emprego bom pra pagar o nosso apartamento que vai ser lá naquela cidade que você me disse, que só tinha gente boa. Mas isso vai acontecer daqui a não sei quantos anos. Quem sabe meses? Eu estou só e sozinho. E não estou aproveitando quase nada da vida porque só vivo pra estudar.
Me perdoe pelas mil e uma, ou duas vezes em que nós se falamos e meu peito se inflou quando as ondas sonoras da sua voz percorreram o meu corpo. Sempre que você vinha até mim, eu me arrepiava. Era tipo uma corrente elétrica passando pelo meu corpo, de leve. E quando você me deixava, os pêlos do meu braço e principalmente os da minha nuca se abaixavam. Com a calmaria que você deu pro meu corpo.
É muita hipérbole pra um texto só. É muito sonho pra se sonhar sozinho. E eu incrivelmente tenho essa capacidade, mas ela só funciona quando você olha pra mim ou, vez ou outra, quando penso em você. Me perdoe por estar pedindo perdão e desculpa por eu ser assim tão intenso com você. As vezes nem sou eu que sou intenso, você me faz assim. Enfim.
Quando ficam me dizendo para eu parar de tanto drama, eu lembro do dia em que fui na sua casa e você cantou uma música bem baixinha, que eu nem conheço direito no meu ouvido. E eu disse bem alto que Radiohead é a melhor banda do mundo, mas você me calou e disse que a melhor mesmo era Forfun. E com uma cara de não satisfeito, eu disse:
- "Gosto é de cada um, né?"
Eu sou muito debochado. Soltei um risinho irônico. Então, você me empurrou contra a parede, segurou o meu rosto e eu achei que o meu peito ia explodir. Eu fiquei vermelho, minha alma suou frio.
- "Ta com medo de mim? Porque eu gosto mesmo é de você, idiota!"
E eu fiquei rindo, porque achei que você ia afundar a mão no meu rosto. Se ouvir isso de uma pessoa tão reservada, não é motivo pra acordar no dia seguinte feliz, eu não sei mais o que gstar de alguém.

Provavelmente você vai ler esse texto e sei que vai passar tipo, mil e uma coisas na sua cabeça e tudo mais um pouco. Mas olha, fiquei a tarde toda escrevendo esse texto e pensando como você é aquilo tudo que eu te disse acima e o quanto sei que posso te fazer feliz.

Quando vai dando tipo assim, uma nove da noite, a hora em que você tem que me deixar pra ir pra faculdade e eu voltar aos meus e-mails. Quando chega essa hora eu já nem sei. Você vai embora pra direita e eu vou pela contra-mão. E de longe você olha pra trás, só pra ver se eu também estou olhando. E é recíproco. É como a Tati B. diz num dos milhares de textos dela: "E naquele momento eu pensei que poderíamos ser infinitos se fossemos música. E isso explica tudo!". Sei que uma hora ou outra vou ter que fazer a maior escolha da minha vida, talvez a mais difícil de todas. Eu vou ter que escolher entre ser um bom cidadão na sociedade ou entre ir pela contra-mão com um grande amor e ser, talvez, muito feliz.

Ao som de Paramore - Only exception.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

É isso. Só queria ser amado. Só isso. Precisa casar comigo não. Basta me olhar assim, basta morrer de rir comigo. Basta me ler, me decifrar, ser intenso nesse minuto. Vamos todos morrer meus amores, vamos então morrer sabendo que demos vida a alguém. Ele me dá vida e quando vai embora, tudo fica pequeno. Mas isso não é uma declaração de amor. É só porque ele tem coisas grandes, se é que vocês me entendem.

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Tô sem atualizar há anos né galera? Ficar sem computador é muito ruim. Mas pior ainda, é ter que atualizar o blog na lan house, cheio de "mavangos" atrás de você olhando cada frase que você escreve, mas fazer oquê? Tenho alguns textos prontos em casa, depois de meses sem sentir vontade de fazer nada, sem inspiração, sem vontade de escrever e quase em estado de sociopata eu voltei a escrever. Quando eu voltar, será definitivo.
Ah, e sobre o dia dos namorados? Passei como no ano passado. Preciso responder como?
Mas dessa vez passando sorrindo e foi muito bom.
Bom leitores, por hoje, é só.
Até outra vez, see ya! :*

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Buraco.

Me perdoe pelos meus mil anos à frente dos nossos segundos e pela saudade melancólica que eu senti o tempo todo mesmo sendo nossos primeiros momentos. Pela maneira como eu grito e culpo quem tiver perto por uma angustia que sempre foi e será só minha e que eu sempre suporto mas quando sinto amor fico achando que posso distribuí-la um pouco, mesmo sabendo que é fatal. Me desculpe por eu ter querido tanto ficar bonito e perfeito e só ter conseguido olheiras e ossos. Me perdoe pelas vezes que de tanto querer leveza acabei pesando a mão. De tanto querer sentir, pensei sobre como estava sentindo, e perdi o sentimento. Ou senti sem pensar e isso pra mim é como meus medos das drogas e então precisei roubar a chave do carro do seu bolso pra me proteger de não olhar mais uma vez você e nunca mais voltar pra casa. Minha maior dor é não saber fazer a única coisa que me interessa no mundo que é amar alguém. Me perdoa por eu querer de uma forma tão intensa tocar em você que te maltrato. Minha mão acostumada com um mundo de chatices e coisas feias fica tão gigante quando pode tocar algo lindo e puro como você, que sufoca, esmaga e estraçalha. Me perdoe pela loucura que é algo tão pequeno precisando de amor e ao mesmo tempo algo tão grande que expulsa o amor o tempo todo. Eu sou uma sanfona de esperança. Eu tenho estria na alma.
Enfim. Cansei de pedir desculpa por quem eu sou. Cansei de ouvir de todo mundo como é que se trabalha, se ama, se permanece, se constrói. Eu tentei com todas as forças amar você e agora sofro com todas as forças pelo buraco que ficou entre o sofá e a planta e o meu coração. Você vai embora e eu vou voltar para as minhas manhãs com o iogurte que eu odeio mas que é a única coisa que passa pela garganta quando o dia tem que começar. Vou voltar para aqueles e-mails chatos de pessoas que eu odeio mas que pagam esse apartamento sem você. E ficar me perguntando de novo para quem mesmo eu tenho que ser porque só tem graça ser para alguém. E que se foda o amor próprio.
Você me disse e me olhou de formas terríveis mas o que sobrou colado em cada parte do dia e de mim é a maneira como você sorri levantando que nem criança o lábio superior direito e como eu gosto de você por isso e por tudo e mesmo quando é ruim e sempre quando é incrível e ainda e muito e por um bom tempo.

domingo, 2 de maio de 2010

Música.

Eu sinto falta de querer fazer amigos em qualquer festa, só pra conhecer gente estranha e te contar depois. Agora, eu fico pelos cantos das festas. Voltei a achar todo mundo feio e bobo e sem nada a dizer. Porque eu acho que estava gostando mais das pessoas só porque te via em tudo. Agora as pessoas voltaram a me irritar. E eu voltei a ter que fazer muita força pra sair de casa.
Quando alguém não entende o meu amor, eu lembro daquele dia que você não queria tocar violão pra mim. Até que dedilhou reclamando que não era o seu violão. Daí tentou uma música conhecida. Tentou uma menos conhecida. Daí tocou uma sua, com a voz baixinha e olhando pro nada. E então me encarou e cantou com a voz alta. E então largou o violão, me encarou e cantou bem alto a sua dor, de pé, na minha frente, e eu achei que meu peito ia explodir. E ri achando que você ia sair correndo e dar um show na padoca da frente. E naquele momento eu pensei que poderíamos ser infinitos se fossemos música. E isso explica tudo, mas ninguém entende. Você entende. Mas cadê você?
Quando vai dando assim, tipo umas onze da noite, o horário que a gente se procurava só pra saber que dá pra terminar o dia sentindo algum conforto. Quando vai chegando esse horário, eu nem sei. É tão estranho ter algo pra fugir de tudo e, de repente, precisar principalmente fugir desse algo.
E daí se vai pra onde?
Diabo, entenda, estou pra fora num grau absurdo, vomitando minha virilidade, entende? Eu sou uma enorme almofada esfaqueada inundando o mundo com minhas espumas fáceis. Combinado? Porque, veja bem. Não é isso que me tira do rumo do amor, do caminho do amor. É só porque amor demora mesmo, pra acontecer de novo. Mas são tantas coisas lindas pelo caminho, não são?
E estou feliz assim, sim, às vezes as olheiras me avisam que daqui a pouco vem alguém
e que me avisa, de tempos em tempos, que é preciso parar de gastar alma por aí.
É só isso, me perdoa, daqui a pouco passa, mas é tão lindo ter fome de novo.