terça-feira, 13 de julho de 2010

Depois que você me mandou parar de suspirar.

Vai ser sempre assim. As vezes a porrada vem de onde você menos espera. De pessoas que você achava - ou pelo menos jurava - que nunca iam te machucar. Estou me acostumando com a certeza de que todo mundo um dia, vai te fazer sofrer. Ou pelo menos fazer com que você vá pra um boteco mais próximo e afogar as mágoas na cerveja, só pra ver se a dor passa, mesmo você sabendo que fazer isso é pura besteira. Estou me acostumando com a idéia de que daqui há algum tempo iremos nos encontrar pela primeira vez. E pra falar a verdade, nem sei como vou reagir. Não sei se vou chorar, sorrir, gritar, dançar, tremer, pular, cantar, paralisar ou se meu coração vai ter um ataque epilético e saltar pela boca. Ou talvez eu sinta tudo isso de uma vez. Aí meu filho, já estou morto mesmo.
Noite passada conversei bastante com um amigo meu e sabe o que ele me disse? "Marco, você é uma armadilha para ursos, quem é esperto, nem chega muito perto, mas quem é desavisado, e que chega a centímetros de você sempre acaba se fodendo e, incrivelmente, ferra com você também. Hoje você está muito melhor, mas antes, nossa, eu nem sei."
Depois de ouvir isso atentamente, a única coisa consegui fazer foi agachar e recolher os pedaços da vergonha da minha cara. Eu era assim e nem sabia. O bom, é que mudei. E eu nem percebi essa mudança. Eu sou um poço de medos. Eu sou um fosso sem fim de angústias.
Sabem daqueles medos clichês que todo mundo tem quando começa um namoro e acham que a qualquer momento pode terminar? Mas que ainda assim você precisa acreditar duas vezes à mais em você para manter tudo intacto? De quando você tem que confiar o máximo no seu taco para não perder quem você ama, para depois ficar chorando pelos cantos do quarto pela falta de confiança e de leveza. Medo de amanhã olhar você indo embora pra sempre pela porta dos fundos da casa e ter que ficar aos prantos no sofá, sem poder fazer nada, só chorar, porque você me pediu com todo o carinho do mundo para que eu não fosse atrás de você, mesmo eu sabendo que você queria mesmo é que eu fosse. São medos que eu tenho e que me consomem psicologicamente todos os dias e é por causa deles que não consigo ser prático nas coisas. Enfim...

Você é algo irreal. Um mundo de utopias que toda criança imaginou antes de dormir. E nem com todas as pistas eu pude descobrir que você, ainda, não queria nada com ninguém. Lembro que você sempre me dizia "estou numa vibe muito boa, não quero estragar ela entrando num relacionamento que pode ser confuso." Um relacionamento comigo com certeza daria certo. Por que por você eu tirei todos os resquícios de armadilhas entre o meu peito e o meu coração. Resolvi esquentar o meu coração gelado e ele voltou a bater. Mas olha, eu estava tão apaixonado por você. Tanto, tanto, tanto. Que esqueci de perguntar de você também estava por mim. Isso eu já nem sei mais.
E é só por isso que preferi ir pra sua casa. Deitei no seu colo e ouvi você dizendo baixinho qualquer coisa no meu ouvido. Ficamos ali por uma vida. E por horas suspirei no seu colo. E em cada minuto pensei que meu peito ia explodir. Era isso o que eu exatamente queria com você. Só queria mesmo que fôssemos para sempre. Ou que fosse eterno enquanto durasse. "Quando já não sei mais o que sentir por você, eu respiro fundo perto da sua nuca, e começo a querer coisas que eu nem sabia que existiam." Pois é.