terça-feira, 9 de novembro de 2010

Meu amigo, seu Zé.

Sabe seu Zé, sabe aquela menina que eu contei pro senhor naquele sábado? Então, decidi ficar ausente da vida dela por um mês ou o tempo que a saudade permitisse. Decidi não pegar mais o celular e ligar para ela, porque se eu ligar, ela vai perceber pelo meu jeito de falar que estou com vontade de dizer que a amo, mas não quero que ela perceba isso, sabe..
Ah, cedo pra dizer isso? Não, não seu Zé, tenho certeza do que eu sinto. Não digo eu te amo a toa, isso é sério e muita gente brinca com isso. E outra, decidi também que não vou mandar mais nenhum e-mail, nenhuma carta e principalmente nenhuma mensagem de texto. Pronto!
Porquê? Porque se eu mandar, ela vai perceber que eu estou com saudades ora! E ainda vai achar que eu já a trato como se ela fosse minha, que sou um grude no sapato e que encho o saco dela com essas mensagenszinhas no celular, não quero ser muito meloso, entende?
Hahaha, adolescentes são adolescentes né? E o senhor já passou por isso, nem vem que não tem. Pois é, deixa isso com o tempo.. Enquanto isso, paciência, paciência..
Como eu a conheci? O senhor não lembra? Então, eu conto de novo. Sabe aqueles encontros e desencontros que o destino nos prega? Então, foi assim. Falando sério agora, estou perdido desde quando a conheci.
Isso, vai rindo mesmo. Posso ser novo, mas o coração é de velho.
Se ela é especial pra mim? Lógico que sim meu amigo! Apesar de amá-la muito, eu não digo, fico quietinho, na moita.
Porquê? Ah, não vai me dizer que o senhor nunca passou por isso? O senhor nunca sentiu vontade de querer ver a pessoa toda hora, abraçar ela, dar beijinhos na nuca, fazer carinho de leve até ela ficar arrepiada, lambuzar a cara dela de chocolate e depois sair correndo, pagar micos, rir, dançar juntos, passar a noite em claro, se pegar na chuva, na piscina, debaixo do chuveiro, jantar à luz de velas, se surpreender, surpreender ela, dar presentes, olhar nos olhos e, no final do dia, a gente vai pra casa sem entender porque a gente sempre se sente assim tão bobo, quando está com ela? Sabe porque eu não digo isso tudo a ela?
É simples meu amigo, medo de perder! Se eu fizer isso, ela vai embora. E eu estou cansado de ver todo mundo indo embora.
Já viu como está o meu coração seu Zé? Não? Ele está cheio de resquícios do passado que prefiro esquecer. Quero torcer o meu coração e deixar ele se inflar de ar puro, de magia, de amor. Quero que ele fique puro pra ela.
É.. o senhor tem razão, ela não vai saber disso se eu não contar, e olha que ela não sabe nem da metade. Mas ela sabe que gosto dela e pronto. Acho que isso basta, não é?
Eu, complicando tudo? Aonde? Imagina Zé! Adolescentes nunca complicam nada, é impressão sua, só isso.
Mas eu queria pedir uma opinião ao senhor.. Porque ela é tão calada? Não vê que o silêncio me agride de tal forma que atiça a minha neurose? Porque ela some, não entendo mesmo.. O que isso pode significar?
Problemas todo mundo tem. É, eu sei.. Só queria ajudar poxa. O senhor não é o único a dizer que tenho que ter paciência sabia? Esperar é tão chato, mas sei que preciso. Olha pra hora! está bem tarde. Ok, vai indo lá, o senhor está velinho, precisa dormir cedo. Amanhã eu volto aqui pra gente conversar mais, ok? Obrigado e até amanhã.

No final, bati na cama e dormi. Depois de passar tanto tempo sozinho, a insanidade subiu ao térreo e me fez criar um personagem de auto-ajuda. É como diz aquela música nova, daquele cantor que faz sucesso na MTV: "E disso só os loucos sabem".
Oque a gente quer mesmo, é amar e ser amado. E pronto.